E DEUS CRIOU A MULHER
Voltamos para a sesta, eu e meu amor de ontem, ruminando uma costela no bafo.
Colocamos um DVD.
“...E Deus criou a mulher”,
“Um filme envolvente cheio de sensualidade que lançou para o mundo a diva Brigitte Bardot!”, ela lê na capa, imitando o biquinho de BB. Sem escorregar no portunhol selbage.
“O enorme sucesso do filme ´...E Deus criou a mulher´, de Roger Vadim, revolucionou o mercado de filmes estrangeiros e transformou Brigitte Bardot em uma estrela internacional”, prossegue os meus ojos andaluzes. “Neste filme, ela vive Juliette, uma garota órfã de 18 anos sedenta de prazer. Seu marido fará de tudo para conquistá-la, mas esta não será uma tarefa fácil. Filme obrigatório para os amantes da Sétima Arte, contando com um enredo instigante, elenco competente, grande diretor, e, é claro, toda a beleza e sensualidade de uma das maiores divas do cinema: Brigitte Bardot.”
Quando BB surge, por detrás daquele varal de roupas, com a bunda mais deliciosa do mundo deitadinha numa laje, Margarita, sim, agora meus ojos andaluzes têm um batismo, vira a sua própria bundinha toda para mim, e diz algo como “pega, seu vira-lata sem dono”.
Pego o k&Y numa mala de viagem.
Acho uma camisinha no meio dos escombros e de jornais com notícias da invasão de Israel ao Líbano.
Só encosto e peço que ela venha com jeito, numa marcha à ré slow-motion.
Escrito por xico sá às 11h15
[ ]
[ envie esta mensagem ]
|
TUBARÕES ESQUECEM SURFISTAS E ATACAM OS POETAS
Afogado nas aventuras d´Os Detetives Selvagens de Roberto Bolaño, aqui no balanço da rede, cumeeira da Aurora, la calle mais hermosa del corazón das trevas, miro Áfricas pós-faróis e mares, donde mais adiante Beberibes & Capiberibes se juntam no Pernambuco mais megalomaníaco para formarem o Atlântico sobre o qual bóia o vocábulo português saudade e a fome de viver dos tubarões.
Agora um reclame de mim mesmo. Aviso aos amigos do Recife que estivem de bobeira ou leseira pós-larica nesta terça, 22/08: logo mais às 16h40, este carapuceiro andante participa de uma prosa na companhia da jovem e sábia ensaista Angela Prysthon, professora da UFPE, sobre caos, ruídos, cosmopolitismos periféricos, o assassinato como uma das belas artes, violências tantas e alguma poesia possível. O moderador, para que a gente não se exceda nos licores da desordem, será o escriba Marcelo Pereira. É o Festival Recifense de Literatura que segue. Às 18h30, no mesmo auditório da Livraria Cultura, leitura de letras bêbadas, também com a malfadada presença deste que vos bafeja a nuca. À noite, se dermos sorte, nos arrepiaremos com as assombrações do Recife Velho.
Escrito por xico sá às 10h45
[ ]
[ envie esta mensagem ]
|
CÃO VADIO NAS ÁGUAS DO CÃO SEM PLUMAS
“Se um cão vadio aos pés de uma mulher-abismo” (ed. finaflor), idílio real-visceralista –aqui um salve para Roberto Bolaño que estou a ler em febre e delírio!- tem agora a sua segunda edição na praça. A primeira foi lançada na Galeria Vermelho, SP, e vendida exclusivamente na Mercearia São Pedro, a taberna lítero-boêmia de San Pablo de Piratininga.
A nova fornada está à disposição do respeitável público a partir de hoje, segunda (21/08) às 18h, na Cultura do Recife, ali rente ao espelho do Capibaribe, a livraria mais bonita do Brasil. Este perro escrevinhador que vos fala espera os amigos para autógrafos e substâncias embriagadoras d´almas.
A tertúlia faz parte do Festival Recifense de Literatura, que deixa a cidade em regime de celebración permanente até o próximo domingo. Apareçam minhas almas perras!
Escrito por xico sá às 08h54
[ ]
[ envie esta mensagem ]
|